quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

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A Moda enquanto Manifestação Simbólica



Por muito tempo o fenômeno moda se viu atrelado ao refrão da distinção social. Este parece ter sido, até então, o papel hegemônico do vestuário assumido por aqueles que o utilizaram como indumentária ou mesmo como pretexto de pesquisa.

De certo, a roupa assume essa função distintiva. Marca naquilo que há de mais aparente a diferença entre camadas da sociedade. Descoberta a magia do vestuário enquanto emblema distintivo, classes sociais usam e abusam desse mecanismo para se sobrepor. E para garantir a distância social as classes superiores se vêem obrigadas à inovação.
A busca pelo novo passa a ser a matriz reguladora de um movimento circular interminável, característico da própria dinâmica do fenômeno moda. "As classes inferiores correm para imitar os outros que lhes são superiores, e estes, por sua vez partem em busca de algo novo que os diferencie"

Mas este é apenas um dos aspectos da moda. Aceitar, portanto, que o esquema da distinção social seja a chave soberana da inteligibilidade da moda é de uma ingenuidade teórica assustadora. Já é tempo de desmontar o credo comum de que o realce da moda se encontra no dispêndio demonstrativo como meio para significar uma posição, para despertar admiração e expor um certo estatuto social.

É imperativo que se abra o horizonte e que se promova um certo deslocamento de ênfase, não privilegiando apenas essa possibilidade distintiva que a moda permite (que é simbolicamente constitutiva das relações sociais). Somente assim poder-se-á visualizar outras possibilidades de abordagem sobre o tema e talvez verificar que, na contemporaneidade, a sua força e riqueza estão situadas numa esfera mais ampla, em que, inclusive, o caráter distintivo é tecido: sua dimensão simbólica.

Não se pretende aqui, de modo algum, barganhar o título de originalidade dessa reflexão. Entendemos, entretanto, que esse viés investigativo pode ser mais explorado, nos ajudando, sobretudo, a compreender melhor a dinâmica da Moda, entendida enquanto fenômeno cultural.
Uma das abordagens que mantém certa proximidade com a análise da moda enquanto manifestação simbólica diz respeito ao caráter desvelador sugerido pela indumentária. Há muito que o vestuário descortinou-se enquanto uma segunda pele. A noção de que a roupa revela algo de muito singular em relação àquele que a veste perpassa o imaginário de quase todos.

A indumentária teria, nesse sentido, a capacidade de fazer conhecer a personalidade, o "eu" interior de cada um, tão cuidadosamente resguardado lá bem no fundo da alma. Faria do homem, portanto, um ser transparente , sem mistérios, para o Outro e para o Mundo. Veste-te, pois, e direi quem tu és! No entanto, este é apenas um lado da Moda.
O seu verso reserva outras significações. Parafraseando Umberto Eco, o hábito nem sempre fala pelo monge. Em muitas situações, a indumentária, ao invés de tornar transparente, esconde, camufla, engana. Transforma-se em escudo defendendo o homem do Outro. O apropriar-se de determinados trajes funciona, em vários casos, como "falsificação" do "eu". Não se deixa ver o que se é, mas sim o que se gostaria de ser. Fabrica-se, desse modo, através do vestuário, um ser ideal, objeto de desejo que supostamente vai ser bem acolhido por todos.
Situar-se nesse horizonte individual, que diz respeito ao modo como a moda pode traduzir o comportamento psicológico do homem, ser espelho de seus hábitos e gostos, parece ser ainda redutor. É preciso elastecer a visada e olhar o fenômeno moda de forma mais abrangente. Arriscar a afirmação de que a indumentária pode ser pensada enquanto indicativo de uma forma de estar no mundo e mais, elemento de expressão de grupos, ou mesmo de uma sociedade, e por que não, de uma época.
Se concordamos com o que propõe Marshall Sahlins em "Cultura e Razão Prática" — que toda produção é a realização de um esquema simbólico — acolhemos sem nenhum estranhamento a idéia de que a indumentária, em última instância, demarca o tempo, o lugar e as pessoas enquanto constituídos numa ordem cultural, seja ela qual for. Em outras palavras, que a Moda dá conta de uma certa estruturação simbólica própria de uma determinada cultura

Todo esse esforço só faz sentido se o pensar sobre Moda for deslocado e se for verificado que o "fútil, ou o que temos o hábito de chamar assim, se mostra finalmente bem menos anódino do que parece à primeira vista e mesmo às vezes mais ‘sério’ do que o sério autenticado como tal; que a aparência pode refletir, traduzir ou simplesmente veicular idéias fortes, agudas, complexas, sutis, espantosas, que ela expressa ou provoca em certos casos, uma revolta radical, inédita, definitiva, e que seja mesmo a única a poder fazê-lo"
Tribos Modais

A moda consegue, em última instância, circunscrever determinados espaços sócio-culturais que acabam por constituir o que se reconhece hoje como tribos, instâncias estas que, no dizer do francês Michel Maffesoli, são territórios de referência em que as pessoas, os grupos são acolhidos. Adquirem, nesse sentido, um estatuto de segurança, um certo quê de familiaridade, de partilha afetual que torna a vida, de algum modo, mais tolerável.
A aparência se apresenta, nesse sentido, como um elemento agrupador: "a estética é um meio de experimentar, de sentir em comum e é, também, um meio de reconhecer-se.
Esse aspecto pode ser assistido de forma mais radical nos mais diversos "movimentos de estilo".

Como observa Patrice Bollon, sempre vão existir indivíduos que irão se expressar e afirmar através de um estilo, simples pose de traje ou então um modo de vida global em ruptura com as normas, aceitas por sua época, da "elegância", do "bom gosto", e da "respeitabilidade".

Homens e mulheres vão se utilizar da aparência como atitude de protesto de um estado de coisas, de valores, de gostos, de hábitos, de comportamentos, etc. Até mesmo uma certa visão de mundo ou de protesto, tais como são refletidos pelo traje dominante, pelo estilo obrigatório ou pela referência estética comum da sociedade vigente, vão ser contestados, criticados através de movimentos antimoda.

Um dado que vale a pena ressaltar é o papel cada vez mais determinante das marcas ou griffes na construção de imaginários. Esse é um empenho que vem sendo utilizado de forma freqüente pelos especialistas de moda e que tem surtido um efeito bastante satisfatório. Um caso bem significativo do poder que a marca assume na contemporaneidade pode ser vislumbrado através da griffe United Collors of Benetton.

Depois de ter instituído um imaginário cheio de jovialidade, descontração, esportividade e muita alegria, a marca que ganha cada vez mais popularidade, conquista o mundo da moda através de uma campanha publicitária voltada, toda ela, para a criação de polêmicas sobre questões sociais que dizem respeito à poluição do meio ambiente, preconceito social, religião, etc. O olhar é preenchido pelos outdoors da Benetton que, curiosamente, pouco mostram a sua roupa (mercadoria em questão). A moda Benetton não aparece, o que se vê é o seu nome, o seu estilo que corresponde a um imaginário específico.

O que se assiste, em última instância, é a própria inversão do valor , do estatuto mercadoria. O objeto passa a valer muito menos por si só, pela sua funcionalidade ou qualidade, e mais pela imagem que sugere, traduz. "Sempre ao lado da mercadoria, consome-se um bem cultural, um sistema de hábitos e valores conotativos de uma sociedade e de seu sistema ideológico".

Nessa perspectiva, pode-se arriscar dizer que, atualmente, a prática do shopping, por exemplo, tornou-se menos uma simples transição econômica e muito mais uma interação simbólica em que indivíduos trocam e consomem imagem.

Dos Punks aos Muscadins
Para melhor abraçar a dimensão simbólica instituída por "modas" faz-se necessário, portanto, voltar a atenção com mais vagar para os movimentos de estilo. Assim, pode-se explorar com mais preciosidade o imaginário instaurado por eles.

Talvez uma das modas mais significativas e que, de certa forma, agrupa em si características que podem ser encontradas nos mais diversos movimentos seja a moda punk, surgida em meados dos anos 70, nos subúrbios de Londres e que logo se expandiu, atingindo outras paisagens. Sendo assim, parece pertinente recorrer a este modismo a título de exemplo.

Cabelos estilo porco-espinho, tingidos e bem curtos; medalhas, broches, amuletos e anéis; roupas neutras, pretas ou brancas, sempre rasgadas, esburacadas, verdadeiros farrapos; maquiagem extravagante e escura no caso feminino. Esta pode ser a síntese da estética dos punks que, num espetacular desejo de contradição, numa embriaguez infinita e desejo de mostrar seu lado sombrio, se faziam , se produziam de tal modo, que superavam a própria aparência que se propunham demonstrar.

No que diz respeito mais especificamente ao vestuário, observa-se uma grande tendência aos modelos simples e clássicos a despeito dos blusões, calças e macacões de corte mais tradicional. O traço singular imprimido na indumentária fica por conta dos "rasgos" intencionais, dos "buracos" planejados que davam um toque de degenerescência, decadência, mendicância.

Os tecidos mais freqüentes são o couro, o skai, o lurex, o plástico, a borracha e a malha; e as cores, como já foi dito, variam entre o branco e o preto, tendo lugar também — no caso feminino por excelência — o vermelho sangue e a estampa leopardo. Nos pés, geralmente botas militares altas de solas grossas e negras. Vê-se assim esboçado tudo o que o bom gosto rejeita, tudo o que a moral reprova, tudo o que normalmente a razão dissuade. Assim são os punks.

Nos seus gestos e atitudes, a predestinação ao sofrimento, a paixão da mortificação, a idéia de suicídio. Sadismo, crueldade, masoquismo, eles misturam tudo na mais extrema e espetacular confusão. A estética punk, por excelência catastrófica, anuncia o caos, a podridão, o desvio. Nega e inverte certos valores : o mau gosto elege-se em bom gosto, o feio toma o lugar do belo, o Mal supera o Bem, e assim por diante.

Brincam, em última instância, de esconder os sentidos numa espécie de desejo de confusão absoluta, e fazem todas as referências perder seu significado. É a apologia do non-sense. Até mesmo sua música tem o ar provocativo, pois além de não saberem tocar (na maioria dos casos), eles se gabam disso.
Vistos dessa forma, pode-se dizer que os punks travam uma batalha essencialmente simbólica, aparência versus aparência. Ao articular uma certa trama de sinais e símbolos entrecruzados aparece, apesar do seu anarquismo proclamado, como um dos mais densos e rigorosos movimentos de estilo jamais visto.

Sua força e riqueza parece residir no poder de espelhamento que evoca. Força, de algum modo, a sociedade a se ver neles, ou seja, os punks passam a ser o retrato exagerado e por isso mesmo, mais verídico da sociedade. "Suas provocações atuam uma espécie de identificação perversa, de cumplicidade velado no horror: se a sociedade se diz a esse ponto ofendida pelos punks, é porque ela vê através deles o que ela pode ser se se deixar levar por seus fantasmas mais recônditos. O que reprova neles é justamente o que reprime em si mesma".

Na verdade, os punks parecem, de algum modo, sugerir a parte sombria da sociedade, "todas as partes sombrias da sociedade, sem exceção, tudo o que estava à espreita e fervilhava sob o manto das aparências; a face negra das coisas". No entanto, o que aparece com maior rigor na estética punk, ainda que eles não se dêem conta disso, é sua condição de possibilidade de explorar a fragilidade das fronteiras a priori estéticas e morais estabelecidas pela sociedade.

Questionar as categorias habituais, abolir as próprias noções de valor, de peso, de determinação, de visada unilateral. Essa parece ser a maior contribuição do movimento punk: "penetrar num mundo nebuloso e flutuante onde não se sabe realmente quem é quem, o quê é o quê, nem mesmo onde se está; no real ou no imaginário? no verdadeiro ou no faz-de-conta? no concreto ou no simbólico? o real não seria apenas uma categoria, uma declinação do imaginário? onde estaria a aparência? onde estaria a essência? tudo não seria apenas um jogo?...".

Um outro movimento não tão atual como os punks, mas que conserva em seu seio uma importância relevante, é o modismo reconhecido como os muscadins. Surgem logo após a derrocada de Robespierre, em plena Revolução Francesa, concentrados, inicialmente, no Palais-Égalité e nos cafés de Chartres. Caracterizam-se, sobretudo, pelos trajes extraordinariamente exagerados, modos refinados que beiram a afetação, a exemplo do andar esquisito, feito passinhos ariscos e saltitantes, com o peito estufado e a cabeça altiva.
Sua indumentária em tudo parecia uma proclamação de monarquia. A redingote — algo similar a um casaco de montaria — constituía a peça hegemônica, variando entre o verde-garrafa ou cor-de-lama, de ombros largos e retos, de abas quadradas cortadas em rabo de bacalhau e com largas lapelas. Usavam meias amarradas abaixo dos culotes — apertados acima do joelho, cheio de pregas — multicoloridas e enfeitadas com largas fitas azuis e brancas. Os sapatos, por sua vez, eram estreitos, de fivelas e bico quadrado. Óculos na ponta do nariz e bengalas representavam acessórios indispensáveis para compor o visual muscadin, que não dispensava também a gravata écrouélique que apertava o pescoço e invadia o queixo, fechado por um delicado fitilho verde com nó trabalhado.

Vestidos assim de forma extravagante e ostentatória, o que os muscadins, na verdade, contestavam, era o paradoxo da Revolução Francesa. Pois, apesar de pregar a igualdade e a liberdade, o que se observava no topo, na cúpula do movimento era o espelho daquilo que criticava: o esbanjamento, o excesso e muitas vezes, o escândalo. A aparência incorpora, desse modo, um discurso de crítica, de protesto, muito bem humorado, diga-se de passagem. Não se partia às ruas para guerrear, gritar, protestar de forma direta e agressiva. Muito pelo contrário, utilizava-se de astúcia e divertimento, elegendo a frivolidade e o fútil, que a roupa evoca, enquanto mecanismos de denúncia. Na vestimenta, os muscadins carregavam toda a simbologia própria da aristocracia. E, desse modo, revelavam o que essa classe tinha de mais frívolo: o seu apego à extravagância, o esbanjamento, etc.

Os muscadins desempenharam um papel central, motor, no desmantelamento da simbologia revolucionária que se seguiu à morte de Robespierre. Homens de aparência, os muscadins combateram as aparências por meio das aparências; sempre empoados nos seus trajes extravagantes, "denegriram tudo, arrastaram tudo na lama, desmistificaram tudo o que foram os sinais exteriores da revolução". Destruíram, assim, mesmo que não tenha sido de forma estratégica, todo o sistema de referências simbólicas que servia de cimento para o ideal revolucionário, expondo seu "falseamento", sua mentira. A aparência muscadin esgota seu sentido e basta permanecer fiel a ela para operar aquela fantástica contra-revolução simbólica.
Apreende-se, desse modo, que os muscadins antes de se onstituírem como militantes políticos são, na verdade, espertos e belos diletantes.

A Procura das Modas Fluidas
Mas não só os movimentos de estilo conseguem instituir imaginários determinados. Talvez tenham uma maior capacidade de visualidade. Tornam-se mais evidentes na medida em que têm, de algum modo, uma intencionalidade, um certo ar de denúncia, protesto. No entanto, pode-se observar de forma mais descompromissada, a dimensão simbólica que cerca determinados modismos, ainda que de maneira fluida, fragmentária, rarefeita. Vários exemplos podem ser analisados dentro desta perspectiva: moda esportiva, moda country, moda axé, moda hippie de butique, moda bali, e mais recentemente a moda copa do mundo.

A relação afetiva entre moda e esporte é particularmente significativa. É impressionante o sucesso — em parte ainda tímido, em parte clamoroso — de alguns esportes (ou apenas jogos?) que a moda vem trazendo para o primeiro plano e que até bem pouco tempo ainda não tinham caído nas graças do grande público: seria o caso particular do tênis e do esqui, por exemplo. Dois esportes que requerem vestimentas bem específicas e que se encontram em lados opostos. Um deles adota a camiseta (geralmente de malha) acompanhada da versão volante da minissaia, meia e tênis, todos sempre conservando a hegemonia da cor branca. O esqui, por sua vez, explora a roupa colante, geralmente de lycra, mais comumente na forma macacão, onde o colorido se faz presente. Em muitos casos, são utilizados também os já conhecidos trainings, com grandes e quentes casacos invernosos.

O tênis, o gorro e o cachecol compõem, muitas vezes, o look do praticante de esqui.
Tanto num caso como no outro, verifica-se a utilização de valores tais como: descontração, mobilidade, culto ao corpo, juventude, saúde, boa forma física, etc. O verdadeiro imaginário do atleta.

Outros dois modismos que merecem atenção por ter uma certa familiaridade com o imaginário eminentemente baiano são: a moda axé e a moda bali.
Ilha pequena e quase despercebida do continente Asiático, Bali tornou-se a partir de l990 um dos nomes sempre referidos no mundo da moda. Em Salvador, especificamente, somente no ano de l992, o tecido característico da moda bali ganha expressão e entra no mercado. Em l993, no "famoso e tão festejado" verão baiano, a moda bali se consagra como uma das tendências mais cobiçadas, explorando a leveza dos tecidos, a estampa em excesso e a explosão de cores.

Este modismo abriu as portas de certo modo, para essa onda axé, olodunesca, que tem ganhado força e expressão na moda baiana. Um modismo que, consagrado pela elegância e beleza da manequim Luiza Brunet ( que desfilou em Salvador — em l994 — para a griffe Modaxé, iniciativa do Projeto Axé ), abraça no seu estilo valores bem claros, como a negritude, o preconceito racial, a revalorização das raízes culturais, o hedonismo, o culto ao corpo, a alegria, a vontade de viver. É a própria baianidade literalmente à flor da pele!

O último estilo, até porque mais recente e atual, que parece ter tido uma vigência extremamente efêmera que vale ser citado é o modismo copa do mundo. Num espaço de tempo exíguo — exatos 30 dias — a Moda soube, bem como outros setores, se apropriar do imaginário futebolístico e criar uma série de indumentárias sustentadas nas cores da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul e branco; assim como também das cores da bandeira dos EUA, país acolhedor do espetáculo: branco, azul e vermelho. É interessante assinalar que até mesmo o preconceito que sempre existiu no tocante à combinação verde/amarelo foi superado temporariamente em prol da Copa. O bom gosto tão exigido pelos estilistas, nessa jogada, dançou.

Com camisetas, shorts, calças, saias e bottons, entre outros adereços, das mais variadas marcas do mundo da moda, a exemplo de Forum, Zoomp, entre outras, as pessoas foram para as ruas anunciar e reverenciar um dos esportes mais tradicionais no Brasil: o futebol. Um dos únicos e talvez último símbolo de nacionalidade, patriotismo, que ainda consegue — mesmo que de forma frágil — assegurar o orgulho de ser brasileiro...

Para Além da Estética
Feito esse passeio investigativo, percebe-se que talvez a maior radicalidade da aparência esteja justamente na sua futilidade exacerbada, espetacular, pois são esses elementos que lhe garantem uma certa liberdade e, nesse sentido, sua eficácia como modo de expressão.
Mas ainda assim se pergunta: de onde viria essa força, essa potência da aparência?
Os dândis talvez sejam o melhor exemplo de apologia à estética. Vale a pena, portanto, analisar um pouco como eles se comportam. Voltados para o exterior, para o olhar do outro e deles próprios, libertam-se da atração pela profundidade e substituem-na pela fachada, pela aparência.

Celebram o belo e a estética como modo de vida, de ética, de ideologia, de moral. A tentativa do dândi consiste, em última instância, em exibir uma maneira lúdica de viver, em que a estetização do homem, das coisas e das relações esteja sempre presente. A aparência — sobretudo bela — como condição de existência; eis o lema do dândi. "Para aqueles que fizeram a opção pela aparência, a máscara acaba por se tornar a realidade. Acontece com a aparência o que acontece com a fé, que nasce dos gestos que a mimam: à custa de representar tal ou tal sonho, nos tornamos o que apresentamos de nós. Assim é inútil procurar o ‘verdadeiro’ dândi atrás da máscara que o ‘Belo’ se forjara: o dândi estava inteiro em sua aparência.

Desse modo, pode-se arriscar dizer que a aparência instaurada pela moda cresce em importância justamente porque parece só vir a radicalizar a noção de aparência enquanto a própria essência. A essência é ela mesma o que aparece, o que se dá a ver — a imagem.